Harare (Especial) – Elias Magosi, secretário executivo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), revelou neste sábado que a Zona de Comércio Livre Tripartida com o COMESA e a EAC está oficialmente em vigor. A declaração foi feita durante a abertura da 44ª cimeira ordinária da SADC, que ocorreu em Harare, Zimbábue.
A Zona de Comércio Livre Tripartida, formada entre a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADEC), a Comunidade de Desenvolvimento da África Oriental (EAC) e a Comunidade dos Estados da África Oriental e Meridional (COMESA), foi oficialmente estabelecida com o objetivo de fortalecer a integração econômica e promover o comércio intrarregional. Esta iniciativa marca um avanço significativo na criação de um mercado unificado que visa facilitar o fluxo de bens e serviços, reduzir tarifas e barreiras comerciais, e fomentar um ambiente mais competitivo para empresas da região.
Magosi informou que a nova zona de comércio começou a funcionar em 25 de julho, oferecendo aos países membros e parceiros acesso a um mercado expandido composto por 26 nações, ou seja, representa uma população combinada de mais de 700 milhões de pessoas, proporcionando um mercado robusto para as empresas e oportunidades de crescimento econômico. O acordo é um passo estratégico para aumentar a cooperação econômica entre essas regiões e enfrentar desafios econômicos comuns, promovendo a estabilidade e o desenvolvimento sustentável.
Ele destacou que a criação dessa zona é o resultado de esforços contínuos para ampliar os mercados além da SADC, visando alcançar cerca de um trilhão de dólares referentes ao produto bruto (PIB) e mais de 600 milhões de cidadãos.
Como presidente do Grupo de Trabalho Tripartido, Magosi confirmou que todos os países membros e parceiros foram notificados sobre essa nova fase positiva.
Ele observou que este avanço representa um marco importante para o fortalecimento do comércio intra-africano e para a integração econômica na zona tripartida.
Magosi também mencionou que o comércio dentro da SADC ainda é baixo, em torno de 23%, o que indica que os países da região negociam mais com o exterior do que entre si. Os obstáculos não tarifários constituem uma das principais barreiras para o comércio entre as regiões.
Apesar da eliminação das tarifas de importação para 85% dos produtos comercializados entre os países da SADC, importadores e exportadores ainda enfrentam desafios não tarifários.
Ele sublinhou a necessidade de um esforço conjunto para superar essas barreiras e promover maior integração e cooperação regional.
Magosi acredita que a expansão do mercado regional pode trazer grandes benefícios para a economia da SADC e para seus cidadãos, oferecendo novas oportunidades para comércio, investimento e crescimento econômico.
Para apoiar o aumento do comércio regional, o Secretariado está elaborando uma lista das principais exportações e importações dos países da SADC, além do comércio da região com o resto do mundo. Essa lista ajudará a formular estratégias para melhorar o acesso aos mercados internos e fortalecer o comércio intra-regional.
Considerando o status atual que não é satisfatório e que precisa, com muita urgência, de ser melhorado, Magosi augura que a conclusão do trabalho possa fornecer linhas claras sobre o que se fazer a posteriori.
Além disso, a implementação desta zona de comércio livre é esperada para promover investimentos e criar empregos, além de impulsionar a produção local e melhorar a competitividade das economias participantes. O acordo também prevê a harmonização de políticas comerciais e a melhoria da infraestrutura para suportar o comércio regional, o que deve resultar em benefícios significativos para os países envolvidos e contribuir para o desenvolvimento econômico geral da África.