Contrabando de combustível no Zaire, Angola

Contrabando de combustível constitui ameaça à segurança nacional diz Ministro de Estado, Furtado.

Angola

Cabinda – Nesta sexta-feira, o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, ressaltou, em visita à província de Cabinda, que o contrabando de combustível para países vizinhos representa uma séria ameaça à segurança nacional.

Durante uma reunião que reuniu o governo provincial de Cabinda e empresas petrolíferas atuantes na região, o ministro destacou os esforços que estão sendo feitos pelas autoridades centrais para combater esse crime, que tem impactos prejudiciais na economia do país.

O encontro também abordou questões como a segurança na província, a mineração ilegal de ouro, a imigração irregular e a segurança ao longo da costa marítima de Cabinda.

Outro ponto de preocupação mencionado foi a “invasão” de embarcações nacionais e estrangeiras nas áreas próximas às plataformas petrolíferas localizadas ao longo da costa.

Em relação à situação político-militar em Cabinda, o ministro descreveu o cenário como estável, apesar de alguns incidentes na fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).

Ele afirmou também que, felizmente, os serviços de segurança e inteligência dos dois países realizaram encontros regulares, o que melhorou significativamente a situação político-militar nos últimos tempos.

A reunião contou com a presença da governadora de Cabinda, Suzana de Abreu, bem como de representantes de empresas petrolíferas e órgãos de defesa e segurança internos.

Contrabando de combustível no Zaire, Angola
Contrabando de combustível no Zaire, Angola

A situação torna-se cada vez mais preocupante, pois nos últimos tempos são muitos, os casos dessa natureza, ainda no passado dia 11 de Setembro, dois membros da Polícia de Guarda Fronteira, destacados no posto fluvial de Vuandembo, na comuna de Sumba, município do Soyo, na província do Zaire, foram detidos sob suspeita de envolvimento no tráfico de combustível para a República Democrática do Congo (RDC).

A operação que resultou na prisão ocorreu na madrugada de terça-feira, conduzida por unidades do Comando da Região Naval Norte da Marinha de Guerra Angolana (MGA) ao longo do canal fluvial de Kukuilo.

O tenente de Fragata Paulo Kassanga, porta-voz da Região Naval Norte da MGA, informou que os agentes teriam permitido a passagem de uma embarcação transportando 2.890 litros de gasóleo com destino à RDC.

Além da detenção dos policiais, dois cidadãos também foram presos durante a operação, acusados de participação no contrabando, e foram apreendidos dois triciclos e um carro leve, utilizados no transporte do combustível.

Os agentes detidos foram entregues à Procuradoria Militar, enquanto os civis estão sob a responsabilidade do Ministério Público, onde seguirão os trâmites legais.

O município do Soyo possui uma extensa fronteira fluvial com a RDC, ao longo do rio Zaire, uma área que frequentemente é utilizada como ponto de fuga para imigrantes ilegais e para o transporte clandestino de produtos, principalmente combustível.

Por consequência, Francisco Pereira Furtado, ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, revelou a existência de altas figuras do governo envolvidas no contrabando de combustível para a RDC. Ele mencionou a participação de antigos e atuais governantes, além de oficiais militares e policiais de alta patente, assim como líderes administrativos e tradicionais em níveis provinciais e municipais. 

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